Sabia que o câncer de cabeça e pescoço é o quinto tipo de tumor mais comum no Brasil, sem considerar o câncer de pele não melanoma? Por ano, são registrados 39.490 novos casos, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca)1. Nos homens, 4,6% dos casos totais de câncer atingem a cavidade oral e 2,7% a laringe. Nas mulheres, 5,8% afetam a glândula tireoide.
O tabagismo e o consumo excessivo de álcool são grandes fatores de risco para o câncer de cabeça e pescoço – termo genérico usado para classificar tumores malignos que surgem na boca, nas regiões da orofaringe e nasofaringe, laringe e seios nasais. Esses fatores podem aumentar em 20 vezes o risco de uma pessoa saudável ter a doença2.
Embora o Brasil venha registrando a queda do tabagismo nos últimos anos, a incidência do câncer de cabeça e pescoço tem aumentado. Os especialistas atribuem o crescimento aos casos de infecções por Papilomavírus Humano (HPV).
“A infecção pelo vírus, que é sexualmente transmissível, responde por entre 50% e 80% dos casos de câncer de orofaringe. Esta região engloba a base da língua, as amídalas e a parte lateral e posterior da garganta”, revela a médica Rafaela Pozzobon, da Oncologia D’Or.
A prática do sexo seguro e a vacina são as maneiras mais eficazes para se evitar a infecção pelo HPV. A vacina é oferecida na rede pública para meninos e meninas entre 9 e 14 anos, além de homens e mulheres até 46 anos que convivem com o HIV, realizaram transplantes ou estão em tratamento contra o câncer. Na rede privada, a imunização pode ser feita em pessoas entre 9 e 59 anos, a critério médico.
A campanha Julho Verde, criada para conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de cabeça e pescoço, é oportuna porque 76% dos casos da doença são descobertos em estágio avançado, o que dificulta o tratamento e eleva a mortalidade. O problema reside na falta de informação da população sobre a doença.
De acordo com a médica Rafaela Pozzobon, as pessoas precisam ficar atentas aos principais sintomas da enfermidade, que são lesões na boca que não cicatrizam, caroços (gânglios) na região do pescoço, rouquidão, dificuldade de engolir ou dor de garganta persistente.
“A consulta regular com o cirurgião-dentista é uma prática importante para a detecção precoce deste tipo de câncer. Ele pode detectar lesões pré-malignas, como placas e aftas que não curam. Consultas ao otorrinolaringologista também podem ser úteis na identificação precoce em outras regiões da face e da garganta”, afirma a médica.
A descoberta do câncer em fase inicial pode levar à cura. O tratamento consiste basicamente em cirurgia. Os médicos podem prescrever a quimioterapia e a radioterapia para casos de tumores que, se ressecados por via cirúrgica, possam privar o paciente de suas funções vitais. É o caso de tumores na laringe, cuja ressecção pode levar à perda da fala ou da capacidade de deglutição. O tratamento para câncer metastático consiste em aplicação de quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.
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